EM UM DIA QUALQUER
QUANDO A JANELA DE MINHA CASA SE ABRE PARA O MUNDO
PERCEBO O BELO QUE CHEGA ATÉ MIM, TODOS OS DIAS.
SÃO PÁSSAROS QUE CANTAM MÚSICAS ÚNICAS E MAVIOSAS.
SÃO PLANTAS QUE AVISTO REVELANDO AS SUAS FLORES NASCENDO,
UMA APÓS OUTRA, EM TODOS OS MOMENTOS.
É O VENTO QUE INVADE O MEU SER E ME ARRASTA PARA ALÉM DA IMAGINAÇÃO.
PARA LUGARES ONDE NEM PERCEBO QUE FUI OU AINDA ESTOU.
QUE PERMANECEM DENTRO DE MIM COMO SE REALIDADE FOSSE.
SIM, A CADA MOMENTO A MINHA JANELA ME TRANSPORTA PARA UM OÁSIS
ONDE VOU AO ENCONTRO DE FADAS E DE SERES ELEMENTAIS.
E ME VEJO DENTRO DE UM FILME ONDE SOU ATOR.
SENDO SINBAD O MARUJO, ROBIN HOOD, PETER PAN, ALADIN, E TODOS AQUELES
QUE VIVERAM NUM MUNDO QUE A MAIORIA NUNCA TEVE ACESSO.
PARA QUANDO RETORNAR CUSTAR A CRER QUE A REALIDADE É BEM OUTRA.
QUE NELA NÃO EXISTEM MAIS FADAS, DRAGÕES NEM PERSONAGENS
QUE TANTO ME FIZERAM REALIZADO E FELIZ.
E CHORO, CHORO MUITO.
TALVEZ PORQUE ESTE NÃO SEJA, NEM NUNCA TENHA SIDO, O MEU MUNDO.
JÁ QUE DELE, DEPOIS DE CENTENAS DE ANOS, ME AFASTO CADA VEZ MAIS.
FRUTO DE UMA PATOLOGIA INVENTADA PELO SER HUMANO
QUE ROTULA E NÃO ACEITA AQUELES QUE, COMO EU, SE RECUSAM A ENTENDER
E A CONCORDAR COM O QUE FIZEMOS E FAZEMOS EM NOSSA TERRA.
SIM, ZEUS SAIBA VER, DENTRO DE MIM, A MAGIA QUE ME ESTÁ SENDO TIRADA.
QUE, POUCO A POUCO, PERCO NUM ESVAIR-SE CONSTANTE.
E A TRAGA E RECOLOQUE NOVAMENTE EM MEU SER.
PARA QUE EM MEUS ÚLTIMOS DIAS A BELEZA DO UNIVERSO POSSA SER, POR MIM,
CAPTADA E SENTIDA COMO NOS PRIMÓRDIOS O FOI.
SIM, ZEUS ENTENDA ESTE MORTAL, TÃO INFERIOR ENTRE OS INFERIORES,
E TÃO INDIGNO, COMO UM HOMEM QUE É CAPAZ, DE UM DIA,
CHEGAR ATÉ O MONTE OLIMPO.
E ME FAÇA DIGNO DE ALI CHEGAR.
PARA VIVER, ENTRE OS DEUSES, PARA TODO O SEMPRE.
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