Reticências
Gosto de falar pausado.
De calar-me entre as frases.
De pensar. Imaginar.
De até não dizer.
Queria ser o contrário.
Falar...Falar...Falar...
Abrir meu peito,
E todas as ilusões aconchegar!
O tempo é tão curto.
Os dias e as noites passam tão
rapidamente
Que até as coisas julgadas mortas
Ressurgem num repente!
Há problemas que inquietam.
Há luzes em sombras.
Há sombras em cores que
machucam.
Existem medos intransponíveis.
És um de meus medos.
Talvez o maior.
Falta-me coragem de gritar
Teu nome.
Teu nome que me cala toda!
E só falo por reticências...
Grito ao vento.
Murmuro as flores.
Sussurro em falsete...
Num gemido ouso imaginar teu
nome
Na solidão que me cobre a alma!
Quero que fiques comigo, Que
caminhes ao meu lado Cáctus do
deserto que sem planejar
Plantei no coração!
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