domingo, 25 de novembro de 2007

POEMA QUE NÃO PEDIU PRA NASCER

Madrugada nublada

de uma noite mal dormida,

na realidade não dormida,

e a minha poesia, presa entre os dedos.



Aos poucos, ainda meio tonto,

meio troncho, meio qualquer coisa,

tipo barro, quase tijolo,

meio poeta, meio escombros.



O poema a que me obrigo,

têm um quê de áspero, corrosivo.

As lágrimas brotam doídas,

palavras duras, versos em carne viva.



Agora, seis e dezenove!

O sol nasceu e nem pediu licença,

Manhã cinzenta de novembro,

nuvens insolentes pelo ar.



Seis e trinta e cinco!

Um café bem quente e, eu percebo:

as rosas no vaso murcharam.

Ao fundo, Fátima Guedes, lembra você.



Poema que não pediu pra nascer!