terça-feira, 29 de março de 2011

Setenta vezes sete

Temos o direito de errar
ao longo da nossa vida.

Guiados pelo coração
ou emoções que controlam o que
nosso juízo deveria controlar,
vamos de tropeço em tropeço.

Não estamos condenados eternamente
porque somos humanos.

O que não podemos,
portanto,
é repetir vezes e vezes
os mesmos erros e achar a cada
vez que tudo pode ser justificado.
Errar? Pecar?
Faz parte, infelizmente,
do caminho,
da quota de cada um.

Quando cometemos nossos
deslizes e que a vida
nos dá uma nova oportunidade
de recomeçar,
é loucura pensar que o
perdão nos é devido
indefinidamente e querer,
de forma absurda,
atingir o setenta vezes sete.

Cada pessoa e cada coisa
tem seu limite.
Repetir erros e enganos
contra os que nos amam
simplesmente porque sabemos
que um coração que ama
sabe perdoar,
é abusar da confiança que
depositam em nós,
é desrespeitar o outro
como pessoa.

Suportar e suportar erros
em nome do amor pode
parecer heróico.

O perdão é algo que exige
de nós uma força quase inhumana
e sabemos bem que
para realmente perdoar
precisamos abandonar o nosso
eu que pede justiça.

Mas não temos o direito
de brincar com os sentimentos
dos outros e nem permitir que
brinquem com os nossos.

Deslizar e cair uma vez,
duas, pode acontecer,
mas à partir do momento
que isso se torna um hábito é
que algo está muito errado.

Devemos aprender a dizer
"não" quando isso significa
reinvindicar o respeito próprio.

Cada um tem o direito
de viver com dignidade
e não podemos ser nada para
o mundo se já não
somos capazes de nos olhar
no espelho e sustentar
nosso próprio olhar.

Ame o mundo e ame ao outro.
E ame-se também,
assim como amou e ama
Aquele que te criou.

Perdoe e perdoe-se!
E não pare no caminho,
nem olhe para trás.
Há diante de nós um Éden
que nos espera e devemos viver
de maneira a sermos dignos de
passar por essa porta.