domingo, 21 de novembro de 2010

Poema para Deus

Um dia, a alma desperta e se encanta com a manhã que se

espreguiça no horizonte.

Sente-se como que a pairar acima e além da

escala humana.

Então, se recorda ser filha de um Pai amoroso e bom.

Recorda de um Criador que a tudo para todos provê.

E plena de gratidão, extravasa em versos sua alma:

Deus, Inteligência das inteligências, Causa das causas,

Lei das leis, Princípio dos princípios, Razão das razões,

Consciência das consciências.

Bem tinha razão Isaac Newton ao descobrir-se, toda vez

que pronunciava Vosso nome.

Deus, Pai bondoso, eu Vos encontro na natureza,

Vossa filha e nossa mãe.

Eu Vos reconheço, Senhor, na poesia da criação, no vento

que dedilha harmonias na cabeleira das árvores.

Nas cores que se apresentam tão diversificadas em

matizes e gradações.

Nas águas que rolam, silentes, em córregos minúsculos,

nas cachoeiras que se lançam, ruidosas, de alturas

consideráveis, no verdor da grama que atapeta

o jardim e as praças.

Reconheço-Vos, Pai, na flor dos jardins e pomares,

na relva dos vales, no matiz dos campos, na

brisa dos prados.

Senhor, eu Vos encontro no perfume das campinas,

no murmúrio das fontes, no rumorejo das menores

ramificações das copas das árvores.

Também Vos descubro na música dos bosques, na placidez

dos lagos, na altivez dos montes, na amplidão dos

oceanos, na majestade do firmamento.

Eu Vos vejo, Senhor, na criança que sorri, brinca,

pula e distribui alegrias, provocando risos.

Eu Vos reconheço, Pai, no ancião que anda

lento, que tropeça.

Mas, sobretudo, na inteligência que ele revela, resultado

de suas experiências bem vividas.

Eu Vos descubro no mendigo que implora, na mão

que assiste, na mãe que vela, no pai que instrui,

no Apóstolo que evangeliza.

Deus!

Reconheço-Vos no amor da esposa, no afeto do

filho, na estima da irmã, na misericórdia indulgente.

E Vos encontro, Senhor, na fé do que a tem, na esperança

dos povos, na caridade dos bons, na inteireza

dos íntegros.

Reconheço-Vos, Senhor, na inspiração do poeta, na

eloquência do orador, na criatividade do artista.

Também Vos encontro na sabedoria do filósofo, na

intelectualidade do estudioso, nos fogos do gênio!

E estais ainda nas auroras polares, no argênteo da

lua, no brilho do sol, na fulgência das estrelas, no

fulgor das constelações.

Deus! Reconheço-Vos na formação das nebulosas, na

origem dos mundos, na gênese dos sóis, no berço das

humanidades, na maravilha, no esplendor,

no sublime do Infinito!

Por fim, entendo, com Jesus, quando ora:

Pai nosso, que estais nos céus...

Ou com os anjos quando cantam:

Glória a Deus nas alturas...