segunda-feira, 26 de abril de 2010

SACRIFICAS-TE?

Nunca te esqueças de que Deus não adormece e Suas Leis,
perfeitas em todos os níveis consideradas, e, por isso, estás
exatamente onde deve estar, com quem precisas estar e como desejas
ficar, tendo em vista que os teus esforços por fazer o melhor e ser
feliz, estão atrelados aos fatores causais que detonaste em tempos
mais ou menos distantes.

Por que te sentes aturdido, como se uma grande desolação
estivesse a minar as tuas estruturas íntimas? Sentes-te sacrificado na
cruz de pesados deveres, dos quais não consegues te afugentar.

Medita, então, sobre o teu caso.

Partindo do princípio de que o Criador é a Absoluta
Perfeição, o que te ocorre, embora tenhas tu mesmo motivado, ocorre
sob o olhar desse Criador, pela mesma razão porque te respeitou a
liberdade de ação, traçando os rumos de tua evolução, mais ou menos
lenta.

Diante dos teus olhos e perante a tua sensibilidade desfilam:

- esposos, cobradores incorrigíveis, a te exigirem cada dia
mais sacrifícios, como se vivessem para perturbarem-te;

- filhos cruéis, desatenciosos, que, apesar do melhor que lhe
deste, especializam-se em fustigar a tua alma cotidianamente;

- irmãos consangüíneos que, por razões várias, foram postos
sob os teus cuidados, e, ante a necessidade de orientá-los, mantê-los,
amá-los ou suportá-los, apesar de inúmeras vezes somente receberes
ingratidão, desconsideração e exigências;

- amigos das linhas sociais, tanto quanto colegas de
profissão, operando nas mesmas oficinas, passam a pesar sobre os teus
ombros em processos de inumana competição, como se fossem inimigos
encarniçados disputando, violentamente, os palmos do espaço social e
profissional onde se acham;

- renúncias, quase sempre, a muitas coisas que gostarias de
fazer, de usufruir, a fim de remanejares os recursos em benefício dos
que te rodeiam como dependentes dos teus afetos e dedicações, sem que
isso redunde na melhoria deles, que agem como se tu não fizesses mais
do que a tua obrigação...

Medita, pois, medita.

Sacrificas-te?

Sim, sem dúvida.

Mas, retornando as concepções da perfeição divina,
compreenderás que estás desenvolvendo a muita gente aquilo que deves,
desde tempos pretéritos, a muita gente.

Porque te embrenhaste pelos matagais da irreflexão e dos
desatinos, no passado, deves, agora, apoiar-te ao bordão da coragem,
da confiança da Providência Maior para que te quites com a Lei,
retomando os passos da renovação.

Assim, não te agastes com os sacrifícios que tenhas que fazer.

Unge-te com os ensinos de Jesus Cristo.

Ajusta-te à oração contrita e balsamizante.

Reveste-te de paciência para com os que te impõem duros testemunhos.

Trabalha, disposto a ressarcir e crescer, na convicção de que
o final desses embates pode já estar próximo.

Não te esqueças de que sacrificar significa fazer sagrado,
como indicam as bases latinas. Transforma, então, tuas lutas,
dificuldades e lágrimas, em sagrada oferenda à Vida, a tua vida, para
que, logo mais, te libertes da tua dúvida e te enriqueças com os
legítimos valores da fé e do trabalho regenerador.