terça-feira, 20 de abril de 2010

PALAVRAS DE ESPERANÇA

Superar é ultrapassar os limites de alguma coisa. Vimos recentemente, maravilhados e cheios de razão de sê-lo, um vídeo que mostra um rapaz cheio de deficiências físicas, mas com um coração inteiro e nos sentimos pequenos diante de tal vontade de ir além dos próprios limites. Nos olhamos no espelho e nos sentimos abençoados por sermos "normais" e ao mesmo tempo culpados pelas nossas limitações, sem tirarmos proveito de toda essa dádiva
que Deus nos ofertou. Mas olhamos pouco... vemos a superfície, o reflexo daquilo que queremos ver. Fôssemos mais além... perceberíamos as deficiências da nossa alma, do nosso coração, do quanto limitamos nossos sentimentos, do quanto alimentamos nossos ressentimentos e nos nutrimos
disso.
Superação não é somente vencer os limites físicos, ir além deles e continuar vivendo a vida de forma normal. Superação é também ver os defeitos da alma, nossa pequenez e ultrapassarmos esses limites para construirmos um mundo positivo à nossa volta. Enquanto nos sentirmos "normais" por termos pernas e braços, não perceberemos o quanto anormal é não fazer uso desses braços para
abraçar, das mãos para ajudar, das pernas para ajudar a caminhar e dos ombros para dividirmos com alguém o peso da cruz. Ser deficiente é não saber perdoar, é não saber colocar o orgulho pra trás e dar o braço a torcer, é preferir ficar sozinho e triste a acolher quem carece de nossa compreensão e tolerância. Superar-se é construir a vida "apesar de..." apesar da falta de um braço, de uma perna ou um pedaço da alma... é ser grande, mesmo sendo de estatura pequena, é continuar acreditando que o melhor de nós não depende
dos outros, nem de fatores exteriores, mas do nosso eu que pode ir muito, muito além das nossas limitações.
Escrevi há alguns anos um texto para o dia das mães chamado "recolando pedaços" e esse ano sinto ainda vontade de falar sobre isso, mas utilizei uma outra forma. Se pudéssemos juntar os pedacinhos de tudo o que não vai bem conosco e construíssemos algo novo, o sol nasceria mais vezes, pelo menos dentro do nosso coração. Disso tenho certeza.
Aqui vai, para nossa reflexão:

Se o amor pudesse gritar