domingo, 10 de janeiro de 2010

PRECES INTELIGÍVEIS

16. Se eu não entender o que significam as palavras, serei bárbaro
para aquele a quem falo, e o que fala sê-lo-á para mim do mesmo modo. -
Porque, se eu orar numa língua estrangeira, verdade é que meu espírito ora,
mas o meu entendimento fica sem fruto. - Mas, se louvares co o espírito, o
que ocupa o lugar do simples povo como dirá amém sobre a tua bênção, visto
não entender ele o que tu dizes? - Verdade é que tu dás bem as graças, mas o
outro não é edificado. (São Paulo, 1ª. aos Coríntios, Cap. XIV, v. 11, 14,
17).
17. A prece só tem valor pelo pensamento que a dirige; ora, é
impossível ligar o pensamento ao que se não compreendem, pois o que se não
percebe não pode tocar o coração. Na imensa maioria, as preces em língua
incompreendida, formam um conglomerado de vocábulos que nada exprimem ao
espírito. Para que a oração vibre, faz-se preciso que cada palavra desperte
uma ideia, e quando não seja compreendida, nada pode despertar; é repetida
como simples fórmula, cuja única virtude depende do número das vezes que é
produzida. Muitos oram por dever, alguns para se conformarem aos hábitos, e
por isso se julgam remidos por haverem repetido a oração um certo número de
vezes e em tal ou qual ordem. Deus porém lê o fundo dos corações, e vê o
pensamento e a sinceridade. Seria rebaixá-lo crê-lo mais sensível à forma
que ao fundo. (Cap. XXVIII, n.2 - ESE).