sexta-feira, 20 de novembro de 2009

A Paz no Mundo

A paz no mundo começa dentro de mim

quando eu me aceito, de corpo e alma,

e reconheço meus defeitos, com paciência e calma,

e em vez de me fragmentar em mil pedaços

eu me coloco inteiro no que penso, sinto e faço

passageiro no tempo e no espaço,

sem nada para levar que possa me prender

sem medo de errar

e com toda vontade de aprender.

A paz no mundo começa entre nós

quando eu aceito o teu modo de ser

sem me opor ou resistir

e reconheço tuas virtudes sem te invejar ou me retrair,

e faço das nossas diferenças a base da nossa convivência

e em lugar de te dividir em mil personagens

consigo ver-te inteiro, nu, real,

sem nenhuma maquiagem,

companheiros da mesma viagem

no processo de aprendizagem do que é ser gente.

A paz no mundo começa quando as palavras se calam

e os gestos se multiplicam,

quando se reprime a vergonha e se expressa a ternura,

quando se repudia a doença e se enaltece a cura,

quando se combate a normalidade que virou loucura

e se estimula o delírio de melhorar a humanidade,

de construir uma outra sociedade,

com base numa outra relação,

em que amar é a regra, e não mais a exceção.