sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Laura Vicuña

asceu em Santiago do Chile a 5 de abril de 1891.Laura ficou órfã com dois anos apenas.Fez a primeira comunhão aos dez anos, marcou para Laura uma vida toda de amor e de sacrifício.Recebida anos depois na Associação das Filhas de Maria, tornou-se verdadeiro modelo e na defesa do lírio da pureza.Morreu abrasada no amor de Deus, no dia 22 de janeiro de 1904, com treze anos incompletos.
A causa de beatificação foi iniciada em setembro de 1955 e concluída em 3 se setembro de 1988.

Cidadã do Mundo

Laura del Carmem Vicuña nasceu em Santiago do Chile em 05 de abril de 1891.
Em janeiro de 1891 a Revolta da Marina, destinada a derrubar o governo do Presidente José Manuel Balmaceda põe a nação à beira de uma guerra civil.
Balmaceda propõe como candidato à Presidência, Cláudio Vicuña, membro do Partido Conservador. Porém já era tarde: a oposição é contra o Poder e começa a perseguição contra o Presidente deposto e seus partidários, entre os quais, Vicuña.
José Domingo, o pai de Laura, é militar e pertence a um dos ramos decadentes da nobre e rica estirpe dos Vicuña do Chile. Tornou-se então perigoso em tal contexto, portar o sobrenome Vicuña, então José Domingo juntamente com sua mulher e a pequena filha Laura, fogem como refugiados e perseguidos. O caminho do exílio é longo e difícil. A pequena família se estabelece em Temuco, a 500 quilômetros no sul de Santiago, onde já se encontravam numerosos exilados políticos e aventureiros.
Ali, em 1894, nasce a segunda filha Julia Amanda: porém os dois esposos não podiam sequer gozar da alegria daquele evento, porque José Domingo morre poucos meses depois, deixando a família sem nenhum apoio, em uma situação econômica verdadeiramente precária.
Temuco não oferece nem segurança e nem possibilidade de sobrevivência, assim em 1899, mãe e filha emigram para a Argentina.
A FAMÍLIA
Laura é, pois, o primeiro fruto do casamento de José Domingo Vicuña e Mercedes Pino; o nascimento de Julia Amanda fez com que a família ficasse completa.
Mercedes é simples, boa trabalhadora, delicada. Parecia possuir as qualidades da esposa ideal, mas suas origens pobres criam um muro de distância e frieza entre o jovem casal e o resto dos Vicuña.
A morte do marido é para ela uma imensa dor. Porém tinha que reagir e se esforçar porque tinha duas filhas em quem pensar: a pequena Julia de poucos meses e Laura de dois anos. Trabalhava por elas, se sacrificava para que tivessem tudo que necessitavam para viver.
Tomada a decisão de imigrar para a Argentina, Mercedes passa de um lugar a outro com o objetivo de encontrar um ninho para as suas criaturas: primeiro vai a Ñorquim, depois a La Lajas, depois a Chapelco e, enfim, a Junin de Los Andes.
Tanta incerteza, tanta peregrinação, tanta solidão terminam por abater a jovem mãe e esta se rende ao apoio seguro que lhe oferece Manuel Mora, um rico proprietário de Terras de Quilquihué. Ela aceita viver com ele, pois assim teria assegurada a proteção para suas filhas.
Mercedes nem imagina o quanto lhe custará ter aceitado tal oferta.
O COLÉGIO
Em Quilquihué Laura goza da tranqüilidade e do bem-estar que a circundava depois de ter passado por tantas situações estressantes.
Amanda estava feliz e corria de cá e de lá pela extensa pradaria da região andina, saltando como um cabritinho.
Naqueles anos, a FMA tinha aberto um Colégio em Junin de Los Andes e Mercedes viu nele a possibilidade de realizar um sonho antigo: mandar as suas duas filhas pra escola e prepará-las para um futuro seguro. Efetivamente a ajuda de Manuel Mora permite a matrícula das duas meninas no Colégio. Agora é Laura que dá saltos de alegria, enquanto Amanda aceita com má vontade internar-se no Colégio Interno.
As freiras acolhem as alunas com afeto sincero. Sendo elas missionárias na Argentina desde 1877, conhecem bem os problemas sociais, culturais e morais daquela região e assim se dedicam inteiramente à sua missão evangelizadora.
- Bem Vindas ao Colégio! Esta é a casa de Nossa Senhora e de agora em diante será a vossa casa.
Laura tinha então nove anos de idade. Enquanto a irmãnzinha se rende ao sono, lamentando a falta do calor do afeto materno, Laura pensa: "O colégio não é tão belo como a fazenda de Quilquihué, porém me agrada. Aqui aprenderei muito e me ajudarão a ser boa. As freiras são muito alegres, riem, brincam. Minha mãe também ri, mas de um modo diferente. Será por que?"
AMAR A VIDA
Os dias no colégio passam rapidamente. Laura observa, escuta, reflete e descobre pouco a pouco, o segredo da serenidade e da paz que irradiam da vida das freiras. Descobre o que é o Amor de Deus e que Deus está presente em todos os homens. Descobre que Deus a ama e que ela deve dar uma resposta de amor. Pensa que ela própria poderia se tornar uma daquelas freiras Filha de Maria Auxiliadora.
Porém acrescentam-lhe um golpe muito duro. Naquela região era muito freqüente que as garotas se casassem muito jovens, até com onze ou doze anos. Por isso as freiras falavam com muita clareza sobre o Sacramento do Matrimônio às suas alunas.
Laura escuta e imediatamente se dá por conta da situação de sua mãe. Compreende que ela vive com Manuel Mora sem ser casada, que cede a seus caprichos, submetendo-se à sua tirania em troca do bem-estar de suas filhas, do dinheiro e da casa... Laura não condena a sua mãe, porém lutará para devolver-lhe a liberdade, para fazê-la conhecer o verdadeiro amor, para afastá-la de Manuel Mora e reconciliá-la com Deus.
Durante suas férias, naquela fazenda respira-se um clima de perigo. Manuel Mora percebe que Laura cresceu e assim por várias vezes a menina teve que resistir corajosamente contra as investidas e ataques daquele homem. Passa a compreender melhor a situação de sua mãe e ao voltar para o Internato, comunicou a seu confessor sua decisão: "Ofereço a Deus a minha vida pela salvação de minha mãe".
Deus aceita a oferta e Laura adoece gravemente. Antes de morrer, ela revela à mãe o seu segredo, obtendo dela a promessa de mudar de vida e de começar uma vida nova. Laura morre com 13 anos de idade, em 22 de janeiro de 1904.
ORAÇÃO
Ó Beata Laura Vicuña,
tu que viveste até o heroísmo sua configuração
a Cristo, acolhe a nossa confiante oração.
Obtende as graças de que necessitamos
e ajudai-nos a aderir com coração puro e doce
à Vontade do Pai.
Doa às nossas famílias a paz e a fidelidade.
Faz com que mesmo na nossa vida,
assim como na tua,
resplandeçam fé coerente, pureza corajosa,
caridade atenta e solícita para o bem dos irmãos.Amém.
MODELO DE SANTIDADE
O Papa João Paulo II, durante a beatificação de Laura Vicuña, em 3 de setembro de 1988:
proclama a todo o mundo que é necessário receber a vida como um dom e reparti-la com os outros como resposta.
Afirma que os filhos necessitam de uma família estável, unida por vínculos indissolúveis.
reconhece que um bom sistema educativo, unido ao exemplo dos educadores, pode fazer dos jovens, pessoas santas.
Confirma que a santidade é para todos, é acessível a todos, não é questão de idade, profissão, raça ou condição social.
LAURA: POR QUÊ UM MODELO?
Porque não fechou os olhos diante da dolorosa realidade na qual se encontrava. Não quis se poupar dos problemas familiares buscando fugas e escapatórias. Aceitou sua situação com os olhos abertos e buscou dar uma resposta madura na fé.
Porque viveu a santidade do cotidiano nas pequenas coisas, na simplicidade dos deveres e nos acontecimentos de cada dia. Buscou Deus em tudo e fez da sua pequena história uma história de salvação.
Porque em um momento em que tanto se fala e discute a identidade da mulher, Laura vem em primeiro plano dizer-nos que ser mulher significa assumir com coragem a própria natureza e dignidade e defendê-la até às últimas conseqüências.
Porque apelando-se para o direito à vida, fez do direito um dever e encheu a sua vida de boas obras.
Porque chegou ao gesto supremo do amor cristão: dar a vida pelo irmão. A sua vida e a sua morte foram uma contínua oferta a Deus.
LAURA, uma jovem como você;
e Você, seria uma jovem como ela?