quarta-feira, 10 de março de 2010

ORAÇÃO QUE TRANSFIGURA

O Evangelho de Lucas - em vá¬rias passagens - apresenta Je¬sus
rezando, para mostrar que a mis¬são do Filho é uma resposta à vonta¬de
do Pai alimentada com a oração.
Enquanto os discípulos dormem pesado, Jesus reza e se mostra
trans¬figurado. Mas eles acordam a tem¬po de vê-lo com outro rosto e
com roupas que reluziam de tão brancas. Era uma antecipação do que
seria o Senhor Jesus ressuscitado, depois que ele fizesse sua passagem
pela morte de cruz. E é exatamente so¬bre esta passagem, o êxodo, que
Jesus conversa com Moisés e Elias, representantes da lei e dos profetas.
Rezar é conversar com Deus, apresentar-lhe humildemente nossa vida e
dar a Deus tempo e espaço para que ele nos fale. A oração que Jesus
nos ensina é a oração que transfigura. Não porque nos tira do mundo,
mas porque, em meio aos problemas da vida, nos permite en¬contrar em
Deus algo de sua própria glória. Transfigura porque, ao mes¬mo tempo
que nos projeta para uma realidade nova, nos encoraja a se¬guir a
mesma missão de Jesus e a continuar acreditando no poder das relações
fraternas.
Não tem sentido, portanto, a pro¬posta de Pedro de armar três ten¬das
e ficar na comodidade. Jesus ainda tinha uma missão a cumprir, e os
discípulos também. Rezar é como "recarregar as baterias", para voltar
fortalecidos ao compromisso do dia a dia. E como necessitamos dessa
força, encontrada na oração ...
Temos um Deus que mostra sua glória no Filho ressuscitado. Ou mostra
sua glória na vida humana vivida com dignidade, ética, respeito e
justiça. O mestre, transfigurado em oração, continua a alimentar-nos e
encorajar nossa missão. Continua a recordar-nos o valor fundamental da
oração. Uma vida orante que leva à ação depende somente de nós. Mesmo
que por vezes durmamos, acordemos a tempo de experimentar a glória de
Deus em nossa própria vida.