quinta-feira, 4 de outubro de 2007

amparados pelo olhar teu,meu inesquecível e amigo pai...

Ah meu velho pai que hoje em mundo etéreo
ainda desvendas os mistérios,
pelos quais passas, com os quais cruzas...
Sabe, hoje fiquei triste...
Fui de mansinho, quietinho
lá pro teu aconchego/cantinho no quintal,
justo naquele banco de madeira
onde isolavas todo o mal...

Sabe como é meu velho querido
minha mãe hoje combalida,
tem passado por momentos doridos...

Eu tenho assistido a tudo.
Tenho até ficado mudo
ao ver desavenças, descrenças...
Mas tu, como ninguém,
ensinou-me a desvencilhar-me delas:
enfrentando-as!

Dizias com autoridade
que homem com maior idade,
não pode sofrer pelo que vem além,
pois a resposta e a solução sempre vem.
Dizias que era pra que a gente fosse forte
pois os filhos da sorte,
são guerreiros, resolvem-se primeiro.

Sabe velho pai, que em outra vida
hoje se concebe eterno,
bem sei que ainda estás te curando
dos ferimentos de tua alma,
mas ao sentar-me no teu banquinho de madeira
senti de forma inteira,
envolvido por um remanso em forma de clarão...
Rolaram em minha face lágrimas,
nunca de dor, mas de fortaleza, de emoção...

Vou apegar-te a ti nessa hora
pois sei que estás orando por nós...
Vou ficar aqui quietinho nesse teu cantinho
sagrado e abençoado pela oração
que sempre se espargia de tua sussurrada voz...

E tenho certeza,
que quando o dia se fizer claro
tu me darás notícias,
não soluções.
Pois sempre fostes de mostrar os caminhos
mas sempre fizestes questão,
que caminhássemos por eles sozinhos.

Amparados pelo olhar teu...
Abençoado pela oração
sincera que dirigias a Deus.