Obediência e resignação
A doutrina de Jesus ensina, em todos os seus pontos, a obediência e a resignação, duas virtudes companheiras da doçura e muito ativas, se bem os homens erradamente as confundam com a negação do sentimento e da vontade.
A obediência é o consentimento da razão; a resignação é o consentimento do coração, forças ativas ambas, porquanto carregam o fardo das provações que a revolta insensata deixa cair.
O pusilânime não pode ser resignado, do mesmo modo que o orgulhoso e o egoísta não podem ser obedientes.
Jesus foi a encarnação dessas virtudes que a antigüidade material desprezava.
Ele veio no momento em que a sociedade romana perecia nos desfalecimentos da corrupção.
Veio fazer que, no seio da Humanidade deprimida, brilhassem os triunfos do sacrifico e da renúncia carnal.
Cada época é marcada, assim, com o cunho da virtude ou do vício que a tem de salvar ou perder.
A virtude da vossa geração é a atividade intelectual; seu vicio é a indiferença moral.
Digo, apenas, atividade, porque o gênio se eleva de repente e descobre, por si só, horizontes que a multidão somente mais tarde verá, enquanto que a atividade é a reunião dos esforços de todos para atingir um fim menos brilhante, mas que prova a elevação intelectual de uma época.
Submetei-vos à impulsão que vimos dar aos vossos espíritos; obedecei à grande lei do progresso, que é a palavra da vossa geração.
Ai do espírito preguiçoso, ai daquele que cerra o seu entendimento!
Ai dele! porquanto nós, que somos os guias da Humanidade em marcha, lhe aplicaremos o látego e lhe submeteremos a vontade rebelde, por meio da dupla ação do freio e da espora.
Toda resistência orgulhosa terá de, cedo ou tarde, ser vencida.
Bem-aventurados, no entanto, os que são brandos, pois prestarão dócil ouvido aos ensinos.
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