CUSPINDO A DOR
Insinua essa paz que se fazia ausente
Desde o instante que torrente se fez presente
Lavando o ser por inteiro.
Chega o gorjeio onipotente
Do riso que fugiu há tempos
Quando a lágrima chegou soberana
Tomando conta dos olhos
Que perderam o brilho
Ficando opacos permanentemente.
O coração arrisca uns passos de dança
Diante da felicidade que retornou
Dando alento ao coitado
Que havia sido esquecido
Por não ter mais o que sentir
Diante das perdas consumadas.
A escuridão da noite
Verga frente ao brilho do dia
Agora carregado de sol
Trazendo consigo total euforia.
A chuva rega os campos sem dó
Fazendo-os florir
Num encantamento mágico e envolvente
E o céu se coloriu de azul
De norte a sul
Dizendo que a tempestade foi embora
Sem ter tempo pra voltar.
O amor toma conta de tudo
Percorrendo todas as entranhas
Expulsando a tristeza
Que andava cansada de chorar.
A vida renasce
Invade...
Diz em altos brados:
Vem!
Sinta!
Deixe-se levar!
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