QUANDO ACORDAMOS PARA A MANHÃ
Acordo para a manhã, com um sorriso no rosto.
Diria, de firme convicção, que esse sorriso é mais
teu do que meu. Tamanho sorriso, que deixaste
eternizado em mim, em tudo que faça ou pense,
pois que tudo é sempre dirigido a ti, enquanto lá
fora, as flores te saúdam, ao te debruçares na
janela, vendo os pássaros depenicar, pequenas
migalhas, que vamos deixando, assim, aqui e ali.
Raia alto o sol, aquecendo-nos corpo e alma.
E, nossos corações, tal qual, cavalos loucos,
percorrem sôfregos, as margens de nosso peito,
numa busca insistente, de verdejantes planícies.
E entre sândalos, malmequeres e belas papoilas,
resolvemos parar por um instante, desfrutando
de beleza impar, sossegando eis nosso almejar,
que não deixamos, por um instante sequer.
Sem mais nada no chão e o cheiro a terra, bem
a nosso lado, misturando-se com mil fragrâncias,
que se vão soltando da erva e das flores, próprias
do lugar, onde nos encontramos, pois resolvemos
deitar-nos, e, de cada nuvem, fazer do imaginário,
uma realidade, só a nós visível. E por cada desenho,
que construíamos, uma risada se sobrepunha a nós,
e nos amamos mais e mais, por nos completarmos.
Ah, minha senhora, e nem precisamos, de sair de
casa, para gozarmos de tudo isto, que tudo está
dentro de nós, amparado e impulsionado, pelo nosso
grande amor, que sobe píncaros, vai natureza adentro,
mergulhando no mar de teus olhos, nada subtraindo,
que a sinceridade e a verdade é connosco.
E a manhã, ainda se faz sentir, embora nos sintamos
cansados, pela viagem encetada, ao som de um beijo.
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