sexta-feira, 21 de março de 2008

destorcidos vultos...

Nada pior que a vingança.
Um estorvo, um enfarar premeditado,
o torcer pelo ruir dos escombros...
nada de esperança.
Um pseudo-ganho mal delineado,
a postura enfatuada, como se fosse agrado.

Nada pior que o engajar-se
em questionamentos egoistas.
O não saber escutar.
O insistir em falar.
Somente acusar, delinear, julgar.

O romper do orgulho enfarpelado
num engelhar covarde...
arde... faz alarde...
uma atitude intempestiva
repaldada pela intenção de fazer doer
é pior que um crime a sangue-frio
pois mata vagarosamente, faz corroer...

Facear-se é o mais difícil
pois contraria os princípios de uma malfadada superioridade...
eis que no olho a olho
o que sobressai é a verdade...
e aí não valem as indumentárias...
não existem caras e bocas...
a realidade corre solta e invade...
e quem segura a verdade?

Não tem nada não...
o tempo manda o vento
desnudar o que se faz belo somente por fora...
quando nua a figura se esfacela, se desfaz
e logo, logo, a desfaçatez vai embora...

E quem fica?
Sómente o resquício de um prinicípio acizalhado,
cujas cinzas se espalham de modo conturbado
e não mais tomam forma...
transformam-se em sombras...
quando muito, destorcidos vultos...