O ano que eu esqueci...
Negra noite do açoite que em mim ora rilha;
inda sou um criança olhando a estrela velha
que de tão sábia, distancia-se desta ego-ilha,
enquanto o escuro golpeia o fecho da janela.
Brilha, brilha vaga-lume, há pingente, a parede,
vaga o lume nas andanças da minha ilha amarela
tão perdida no açoite bebe a noite e a negra sede
fecha os olhos da estrela praquela criança velha.
A janela articula o óxido nesta perdida ilha,
o rangido enferrujado da parede sábia e velha
distancia-se daquele vaga-lume orando na fila
de estrelas e pingentes, emparedados na capela.
Noite, noite bela, vagam os lumens no meu cais,
inda sou uma criança naufragando na caravela,
olhando o fecho da janela que já não abre mais,
açoitando as mãos na corda duma golpeada cela.
|