DE MÃOS DADAS COM A INDIGNAÇÃO
A primeira reação é virar o rosto,
desviar os olhos para não ver,
tampar os ouvidos para não escutar!
Não pensar para não entender,
tantas são as desilusões, os desgostos,
que o espírito fica a cada dia mais arisco,
a vontade é fugir, desaparecer,
buscar outros mundos, outras convivências.
O coração que não aceita o perdulário egoísmo,
pinta a cara, protesta!...
Ofensas gratuitas a desvirtuar o amor,
denegrir espaços, ferir corações,
num tal fogo cruzado, sem que os lados
tenham a preocupação a quem atinge...
É a guerra das vaidades a comandar a razão,
ferindo, destruindo!...
Entende-se como sendo
o RESPEITO, uma lei primária, nata!...
- Quando o homem entenderá isso?
Quando poderemos deitar e levantar em paz,
sabendo que o bem é praticado sem distinção?
Que tudo se constrói com bases no amor?
Que a felicidade
está mais em dar do que em receber?
Olhe para dentro de ti,
veja o que tens feito pela paz no mundo,
Pela harmonia ao teu redor!...
Se em ti tens plantado amor ou ódio...
Quanto tens acusado, quanto tens perdoado!...
A indignidade está com quem fomenta o horror!
Faz circo com a fraqueza alheia...
Bebe o sangue do vencido e do vencedor...
Não adianta virar o rosto, nem tampar os ouvidos,
os resultados estão na pele, nos órgãos internos,
haverá a hora do juízo final,
e nele não precisaremos dos sentidos,
o Julgamento será o fiel resultado de atos praticados.
Humanize-se!... A recompensa ou a cobrança,
estarão no transpor a porta,
e nesse momento todos, sem exceções,
estarão despidos de suas vestes,
restará a alma nua, os feitos expostos,
para, sem apelação, enfrentar
um julgamento sem discursos,
uma sentença silenciosa...
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