Sigo em frente
Corro...
Cabelo ao vento;
O ar molhado beija minha nuca,
Minh'alma se reveste da aurora!
Olho para trás: o crepúsculo.
Sigo em frente.
Vou pisando nas pegadas d'areia
Que marcam o caminho!
Aspiro.
No ar o cheiro do mato.
No solo - o cheiro da terra ardendo.
E nas entranhas da terra
O cheiro doce, o cheiro louco,
Cheiro de sangue vertendo!
Sinto vertigem.
De insegurança; do desconhecido.
A chuva da manhã embaçou
Minha janela,
Turvou meu olhar.
Devo voltar...
Retornar de onde?
E aonde vou?
Ando em círculos.
Não quero sentir, não mais,
Um beijo que não desejo.
Uma carícia não minha!
Quero voltar...
Rever as flores nas pradarias.
O verde veludo das campinas,
O céu azul,
O sol diáfano
Os meus sonhos?
Tirá-los do esquecimento.
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