segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Resignação e Indiferença

"Bem-aventurados os que têm fome e sede de Justiça, porque serão fartos.”
(Mateus, V, 6.)

Bem-aventurados os que se revoltam contra a injustiça, mas são resignados e calmos.

Ai dos indiferentes, dos acomodatícios, dos covardes,

dos servis, que em proveito próprio aplaudem a injustiça!

Há muita diferença entre a resignação e a indiferença.

A resignação é a conformidade ativa nos inevitáveis acontecimentos da vida.

A indiferença é a submissão passiva às injustiças deprimentes.

A resignação é cheia de amor, de sentimentos nobres, de elevadas paixões.

A indiferença nulifica o amor, aniquila a nobreza d’alma, destrói as virtudes e deprime a moral.

A resignação nas provas é obediência aos decretos de Deus.

A indiferença nos sofrimentos é dureza de coração e ausência de submissão à vontade divina.

O resignado é santo, porque a resignação nasce da paciência, e a paciência é filha dileta da Caridade.

O indiferente é um anormal: tem cérebro e não pensa; tem coração e não sente; tem alma e não ama.

O resignado não aparenta sofrimento, porque conhece a Lei de Deus e a ela se submete com humildade.

O indiferente também não mostra sentir a dor, mas, orgulhoso e alheio aos

ditames celestes, repele de si a idéia do sofrimento.

A resignação é excelente virtude, que precisamos cultivar;

a indiferença é manifestação do egoísmo, que precisamos extirpar.

A resignação é a coragem da virtude.

A indiferença é a covardia da paixão vil.

Aquela eleva, dignifica, enaltece, santifica.

Esta deprime, desmoraliza, deprava e mata.

"Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.

"Bem-aventurados os que não se submetem às injustiças da Terra,

nem pactuam com os opressores, os vossos turibulários das altas posições