terça-feira, 28 de dezembro de 2010

CARIDADE E INFLUÊNCIA

Frequentemente admitimos que socorro, perdão, caridade e
donativo encontram significado exclusivamente nas horas de crise.

Entretanto, estamos todos à frente da vida e dentro dela, com
a obrigação de reconhecermos a presença dos benfeitores que nos
estenderam os braços para a travessia dos obstáculos naturais na
experiência comum.

Acionemos os botões da memória e vê-los-emos todos:

é a criatura vinculada ao nosso afeto, que nos amparou em
família, encorajando-nos na realização dos nossos melhores ideais,
quando as circunstâncias adversas nos induziam à frustração e desânimo;

é a pessoa que nos deu as mãos na travessia de risco iminente;

é o irmão que nos favoreceu com exemplos de intrepidez e tolerância;

é o amigo que nos auxiliou a encontrar o privilégio de servir;

é o companheiro que nos mostrou a bênção da oração,
renovando-nos a vida.

Onde estiveres, pensa nisso e relaciona os bens que podes distribuir.

Ninguém calcula os resultados construtivos da sementeira
considerada vulgar.

Alguém dirá que isto é óbvio, entretanto, aquilo que é óbvio
é sempre o inevitável na existência e o mais difícil de se fazer.

Auxiliar aos outros, a fim de sermos auxiliados, é claro
imperativo no mecanismo das relações humanas, contudo, é preciso
relacionar quantos séculos estamos despendendo, a fim de senhorear
semelhante aprendizado.

A fonte de água limpa é suprimento óbvio na sustentação da comunidade.

Experimente, porém, essa ou aquela pessoa passar sem ela.

Meditemos nisso e observemos a significação da nossa
influência sobre aqueles que nos rodeiam, para entendermos que ninguém
deve esperar por ofensa, necessidade, desastre ou penúria, a fim de
cultivar o amor a que somos chamados, através do respeito e do amparo
que nos devemos uns aos outros.

E assim agindo reconheceremos, por fim, que todo dia e toda
situação constituem ensejo e lugar para nos devotarmos todos à
construção do bem.