CARIDADE E INFLUÊNCIA
Frequentemente admitimos que socorro, perdão, caridade e
donativo encontram significado exclusivamente nas horas de crise.
Entretanto, estamos todos à frente da vida e dentro dela, com
a obrigação de reconhecermos a presença dos benfeitores que nos
estenderam os braços para a travessia dos obstáculos naturais na
experiência comum.
Acionemos os botões da memória e vê-los-emos todos:
é a criatura vinculada ao nosso afeto, que nos amparou em
família, encorajando-nos na realização dos nossos melhores ideais,
quando as circunstâncias adversas nos induziam à frustração e desânimo;
é a pessoa que nos deu as mãos na travessia de risco iminente;
é o irmão que nos favoreceu com exemplos de intrepidez e tolerância;
é o amigo que nos auxiliou a encontrar o privilégio de servir;
é o companheiro que nos mostrou a bênção da oração,
renovando-nos a vida.
Onde estiveres, pensa nisso e relaciona os bens que podes distribuir.
Ninguém calcula os resultados construtivos da sementeira
considerada vulgar.
Alguém dirá que isto é óbvio, entretanto, aquilo que é óbvio
é sempre o inevitável na existência e o mais difícil de se fazer.
Auxiliar aos outros, a fim de sermos auxiliados, é claro
imperativo no mecanismo das relações humanas, contudo, é preciso
relacionar quantos séculos estamos despendendo, a fim de senhorear
semelhante aprendizado.
A fonte de água limpa é suprimento óbvio na sustentação da comunidade.
Experimente, porém, essa ou aquela pessoa passar sem ela.
Meditemos nisso e observemos a significação da nossa
influência sobre aqueles que nos rodeiam, para entendermos que ninguém
deve esperar por ofensa, necessidade, desastre ou penúria, a fim de
cultivar o amor a que somos chamados, através do respeito e do amparo
que nos devemos uns aos outros.
E assim agindo reconheceremos, por fim, que todo dia e toda
situação constituem ensejo e lugar para nos devotarmos todos à
construção do bem.
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