quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Um novo olhar

Mais um ano se finda,
passado tão rapidamente,
que siquer tivemos tempo,
de fazer tudo o que nos propomos,
bem lá no seu início.


Contudo foi vivido intensamente,
e a cada novo despertar,
o caleidoscópio cotidiano,
nos apresentou as variadas nuances,
ora coloridas, ora acinzentadas.


Olhando para trás,
tivemos um ano de crises,
injustiças sociais e tragédias.
Mas alegrias nos alcançaram,
emprestando a leveza aos corações.


Enfim um ano como tantos outros,
em que partilhamos dores e risos,
preocupações e problemas,
anseios, significados e afetos,
encontros e desencontros.


No balanço existencial
talvez houveram déficits,
perdas, impasses e desilusões.
Mas afinal o que é a vida,
senão o desenrolar de circunstâncias.


Estas nos obrigam a pensar
a escolher, equacionar, ousar,
decidir o melhor a fazer.
Nos percebemos senhores ou não
da nossa vontade e desejos.


No limiar do nascimento
de cada novo ano,
desejamos realizar no próximo,
tudo o que não conseguimos
no ano anterior.


Porém, seguimos os mesmos passos,
as mesmas regras e sentimentos,
enxergamos nossa verdade como absoluta,
e com isso continuamos a
seguir a mesma matriz.


Repetimos os mesmos erros,
continuamos a falar sem refletir,
julgamos a tudo e a todos,
esquecendo que somos humanos
e portanto falíveis.


Não é o tempo que passa por nós,
mas nós é que somos o seu passageiro.
É preciso largar a mala pesada
de nossos preconceitos e "achismos",
preparando-se para 2010
com um novo olhar.