De Um Jeito Que é Só Seu
Há um jeito que é só seu de semear o bem.
Se tem sabedoria para falar, fale.
Há pessoas precisando
de quem lhes rasque novos horizontes.
Se tem o dom de ouvir, ouça.
Há pessoas precisando falar
para reogarnizar os pensamentos e sentimentos.
Se tem o dom de enxergar os talentos alheios, enalteça-os.
Há pessoas que desabrocham
por conta de alguém que lhes reconheça um dom.
Se tem discernimento o bastante
para fazer uma observação construtiva, faça-a.
Há pessoas persistindo no mesmo erro
por falta de alguém que as alerte
com carinho e firmeza.
Se não tem vocação para engajar-se
em movimentos filantrópicos de grande alcance,
tenha em mente que o maior bem a ser semeado
começa dentro do seu lar.
Oferte a sua canção, a sua poesia, a sua hospitalidade,
aquele prato que ninguém sabe fazer igual.
Oferte a sua diplomacia, a sua liderança
ou a sua capacidade de atuar em segundo plano
para o bem comum.
Oferte o seu talento para contar piadas e fazer rir.
A sua ternura natural no trato com crianças,
idosos ou animais.
A sua capacidade de manter o sangue frio
nas horas de crise,
quando todos em sua volta desabam.
A sua santa paciência de permanecer num hospital
ao lado de um enfermo terminal
ou de varar a noite num velório,
naquela hora crítica em que todos vão embora.
Há um jeito que é só seu e todo seu,
mesmo que seja ofertar uma flor sem ser dia de nada.
Mesmo que seja afagar as folhas de uma árvore,
cantar junto com o seu canarinho,
alisar o pelo de seu bichinho de estimação,
aquele que você salvou da enxurrada.
Mesmo que seja uma prece sincera
feita no silêncio do seu quarto.
Na contabilidade divina pouco importa
se o seu dom de semear o bem
alcançar uma criatura ou milhões de criaturas.
Você está fazendo a sua parte,
de um jeito que é só seu.
É só isto que realmente importa.
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