quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Baças virtudes

São baças as virtudes desta era

Como baças as gentes que a dirigem

Varrem-se os dogmas, nada é mais virgem

Lavra a indiferença nas máscaras de cera



Vê-se c’roar de glória a arrogância

O que antes foi expressão hoje é mordaça

E a verdade tornou-se coisa baça

Nas bocas dos mentores da ganância;



Aqueles cujos meios ultrapassam

As lógicas mais pródigas da ética

Numa demonstração da vil genética

Que orgulhosos cultuam e abraçam



E assim, de retrocesso em retrocesso

A sociedade vê gorar-se a esperança

De ver nos olhos (baços) de cada criança

A afirmação de um homem de sucesso