quinta-feira, 14 de maio de 2009

MÁSCARAS

Máscaras que cobrem as faces em que se mostra
o lacre fúnebre do inválido existir.
Cascas flácidas de existências vagas que ensopam
os rostos vazios sem sinais de porvir.

Supostos traços falsos dos encalços, que cobrem
o parco realce de uma expressão incerta.
Aspecto que retém nos esgares vazados um sinistro
Ricto guardado de certezas que não se expressa.

Falsas caretas que mudam de acordo com o momento
De invalidez, sublinhando as respostas
Substituídas por um simples talvez.

Quando cai as máscaras os
Semblantes em pares se revelam
E ficam nuas as intenções que se assemelham...
Mais do que aquelas, a regurgitar maldades diante
De castiçais que as esfacelam.

Vertem sombras paridas de ventres ocos, afogadas
pelo esquecimento...
E lá se vão esgueirando-se em bandos rumos
aos becos solitários que encobrem os seus tormentos.

Depois recompõem a aparência da mesma cara
Que mantinham escondida,
Prosseguindo seus gestos toscos de quem vê a vida
Através da derrota aos outros impingida.