sexta-feira, 13 de junho de 2008

A voz que cala

A voz que cala no vale,

Sopro de tua voz,

Cheiro de tua boca,

Independente de ti,

Fica ao meu ouvido

Retumbante nos ares,

Dizendo da paixão

Que nos arrebata para a vida.



A voz que cala nas colinas,

Vento devastador

Destruindo esperanças,

Em nossas formas

Submersas no tempo

Que não nos exploramos,

Submissa às visões do mundo,

Mais que palavras que falam de ti.



A voz que cala na cachoeira,

Brisa serena do universo de nós,

Do mais profundo de ti,

Emergente em meu ser,

Lava nossas almas

Do pecado originado,

Orações não rezadas

De meu clamor por ti.



A voz que cala em tua boca,

Teus beijos não dados,

Nossa ânsia louca

Não nos entregando,

Relíquias do prazer

De nos termos para sempre,

Mesmo na certeza de te ter,

Não te tendo aqui.



A voz que cala no silêncio,

É a minha a teu ouvido,

Sinfonia que não quer parar

E te ofertando

O tema escolhido,

Inacabado assim, mas salutar,

Virtual, virtuoso, reprimido,

Vida e sobrevida para amar.



A voz que cala no tempo,

É meu ser que invade o teu,

A lira que me encanta,

E, maga, realiza meu sonho,

Apesar do desencanto,

De tua surdez aos meus apelos,

Indubitavelmente,

É a voz do meu amor por ti.