domingo, 22 de junho de 2008

ESTOU DE PARTIDA

O que eu mais queria, era começar minha vida do zero
e levar adiante a juventude perdida.

Em novo esforço refazer-me, com todo o esmero,
e encontrar, em cada esquina, novo ponto de partida.

Gritar ao mundo, que estou bem vivo e de saúde,
erguer-me com convicção, sempre que o mal atinge seu apogeu.

Não importa o que perdi, fiz por merece-lo, mas amiúde
conquistar, tudo o que um belo dia foi meu.

Sei que será pedir muito, que o passado não volta mais,
porém não custa tentar, quando se trata de minha sanidade.

Assim devo, por maioria de razão, entregar meus ais,
regendo a verdade, a fértil solicitude e a grande humildade.

Sou como um estrangeiro, em meu próprio e querido país,
votado ao abandono, de estigmas e preconceitos.

Nem a terrifica prisão, corrompida e devassa, me quis,
espancando-me noite e dia, por guardas eleitos.

Então, por muito que me custe o abandono,
voltarei a partir um dia, para a terra que me acolheu.

Pois de agora em diante, serei eu o meu dono,
que tudo o mais em vida, se me esqueceu.