segunda-feira, 7 de abril de 2008

UMA SIMPLES ORAÇÃO

Meu filho Gilbert tinha oito anos e há pouco tempo tinha entrado para um grupo
de escoteiros.
Durante uma das reuniões lhe foi dado uma
folha de papel com instruções, um bloco de madeira e quatro pequenos pneus e lhe disseram para levar pra casa e entregar tudo ao pai.
Aquela não seria uma tarefa fácil para Gilbert.
Seu pai não gostava de fazer coisas com
o filho. Mas Gilbert tentou.
O pai leu as instruções do papel e ridicularizou
a idéia de fazer um carro de corrida de madeira
com o seu jovem e ansioso filho.
O bloco de madeira permaneceu intacto por
semanas.
Finalmente, sua mãe procurou ver se poderia
entender aquilo tudo. O projeto começou.
Não tendo nenhuma habilidade de carpintaria,
decidiu que seria melhor simplesmente ler as
instruções e deixar Gilbert fazer o trabalho.
E ele o fez. Em poucos dias o bloco de madeira
tinha se transformado em um "carro de corrida".
Um pouco inclinado para um lado, mas
parecendo legal (pelo menos aos olhos da mãe).
Gilbert estava orgulhoso por seu "Raio Azul".
O orgulho que vem por saber que fez algo por
conta própria. Então veio o grande dia.
Com o "Raio Azul" nas mãos e orgulho no
coração, foi à corrida.
Uma vez lá o orgulho do pequeno virou
humilhação.
O carro de Gilbert era obviamente o único carro
feito completamente pelo próprio.
Todos os outros carros eram resultados da sociedade entre pai e filho, com trabalhos
de pintura e estilo.
Alguns dos meninos deram risada quando olharam para o carro de Gilbert, inclinado para um lado, veículo coxo, sem atrativo.
Para aumentar a humilhação, Gilbert era o
único menino sem um homem ao seu lado.
Os meninos que não tinham o pai tinham um
tio ou avô ao lado deles, Gilbert tinha "a mãe".
A corrida era do tipo "moda de eliminação".
Você se mantém na corrida enquanto for o vencedor.
Um por um os carros desciam uma rampa finamente lixada.
Finalmente a disputa seria entre Gilbert e o mais macio e lustroso dos carros que lá estavam.
Quando a disputa estava prestes a começar, o
pequeno garoto de oito anos perguntou se
poderiam parar a corrida por um minuto,
porque ele queria rezar.
E a corrida foi interrompida.
Gilbert agarrou seu bloco de madeira entre as
mãos e com a testa enrugada ajoelhou-se para conversar com seu pai.
Ele, sério, rezou por um longo minuto e meio.
Então ficou de pé, sorriu e anunciou:
"Certo, eu estou pronto".
A torcida se animou, um menino chamado
Tommy estava com o pai ao lado e desceu a rampa.
Gilbert estava com o Pai dentro do coração e viu
seu bloco oscilante de madeira surpreendentemente
descer a rampa com grande velocidade e chegou
uma fração de segundo antes do carro de Tommy.
Gilbert saltou no ar com um ruidoso
"Muito obrigado".
O chefe dos escoteiros foi até Gilbert com microfone na mão e lhe perguntou:
- "Você pediu para ganhar, Gilbert?"
E o jovem respondeu, "Oh, não senhor.
Não seria justo pedir a Deus para me ajudar a
bater outra pessoa.
Eu só Lhe pedi que me ajudasse a disputar a corrida". Crianças parecem ter uma sabedoria muito além de nós. Gilbert não pediu para
Deus que ganhasse a corrida, ele não pediu
para Deus que definisse o resultado,
Gilbert pediu para Deus
que lhe desse força no resultado.
Quando Gilbert viu os outros carros ele não reclamou a Deus "Não é justo, eles tiveram
pais para ajudar".
Não, ele procurou seu Pai com fé.
Gilbert, quando interrompeu a corrida, mostrou
para a multidão que ele não estava lá sem um
"pai", mas ao contrário, seu Pai estava definitivamente lá com ele.
Sim, Gilbert caminhou como o vencedor daquele
dia, com o Pai dele a seu lado.