sábado, 12 de abril de 2008

É preciso não esquecer nada

É preciso não esquecer nada:
nem a torneira aberta nem o fogo aceso, nem o sorriso para os infelizes nem a oração de cada instante.


É preciso não esquecer de ver a nova borboleta nem o céu de sempre.


O que é preciso é esquecer o nosso rosto, o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.


O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos, a idéia de recompensa e de glória.


O que é preciso é ser como se já não fôssemos, vigiados pelos próprios olhos severos conosco, pois o resto não nos pertence.