sábado, 12 de abril de 2008

O olhar de Jesus

Recordemos o olhar compreensivo e amoroso de Jesus,
a fim de esquecermos a viciosa preocupação com o argueiro
que, por vezes, aparece no campo visual dos nossos
irmãos de experiência.


O Mestre Divino jamais se deteve na faixa escura
dos companheiros de caminhada humana.


Em Bartimeu, o cego de Jericó, não encontra o homem
inutilizado pelas trevas, mas sim o amigo que poderia
tornar a ver, restituindo-lhe deste modo, a visão que
passa, de novo, a enriquecer-lhe a existência.


Em Maria de Magdala, não enxerga a mulher possuida
pelos gênios da sombra, mas sim a irmã sofredora e, por
esse motivo, restaurando a dignidade própria, nela plasmando
a beleza espiritual renovada que lhe transmitiria,mais tarde,
a mensagem divina da ressurreição.


Em Zaqueu, não identifica o expoente de usura ou da
apropriação indébita, e sim o missionário do progresso
enganado pelos desvarios da posse e, por essa razão,
devolve-lhe o raciocínio à administração sábia e justa.


Em Simão Pedro, no dia da negação não se refere ao
cooperador enfraquecido, mas sim ao aprendiz invigilante,
a exigir-lhe compreensão e carinho, e por isso transforma-o,
com o tempo, no baluarte seguro do Evangelho nascente,
operoso e fiel até o martírio e a crucificação.


Em Judas, não surpreende o discípulo ingrato, mas sim o
colaborador traído pela própria ilusão e, embora sabendo-o
fascinado pelas honrarias sacrifica-se, até o fim, aceitando
a flagelação e a morte para doar-lhe o amor e o perdão
que se estenderiam pelos séculos, soerguendo os vencidos
e amparando a justiça das nações.


Busquemos algo no olhar de Jesus para nossos olhos e a
crítica será definitivamente banida do mundo de nossas
conciências, porque, então, teremos atingido o Grande
entendimento que nos fará discernir em cada companheiro
do caminho, ainda mesmo nos mais inquietantes espinheiros
do mal, um irmão nosso, necessitando, antes de tudo,
de nosso auxílio e de nossa compaixão.