sábado, 5 de abril de 2008

AMOR DE MULHER

Queria, ah! como eu queria...
Que o tempo parasse de repente.
No exato momento em que tão contente,
passeávamos de mãos dadas pelo jardim.
E uma sensual fantasia você contou pra mim!

Ah! Meu amado!
Queria, meu Deus, quanto eu queria,
deste sonho divino nunca mais acordar!
Com toques e sabores em sensações plenas.
E juntos, em doçura do amor, cantarmos as serenas.*

Sim meu amado, só espero o teu enternecer!
Enlaçados muito fortes, ficaríamos até o amanhecer.
Queria, meu Deus, ah! como eu queria
fosse real este sonhar, que nos leva à tanta euforia.

Minha alma tornou-se inteiramente tua,
desde o primeiro momento,
em que nos aproximamos ao acaso,
e uma forte energia nos circundou,
numa egrégora de luz brilhante e pura.

Queria muito, nem imaginas o quanto,
te ver chegar de braços abertos,
me acolhendo com o teu mais largo sorriso,
trazendo as flores do nosso paraíso,
colhidas perto da nascente do teu adorado rio.

Queria de verdade, que em branco jamais passasse,
esta louca fantasia e mergulhássemos nela.
Que nas profundezas dos mares flutuássemos,
assim ternurosos com búzios e conchas em sentinela.

Talvez fosse melhor que tu descesses aos meus porões.
Lá onde habitam as diáfanas fadas amorosas,
que ornarão de flores do campo o teu pescoço e
bem humorados duendes servirão poções afrodisíacas!
Queria tanto esta rica realidade de emoções fantásticas!

Ah! como eu queria lá do fundo da alma,
fosse você o ar que eu respiro!
A nossa fotossíntese se completaria
com uma cascata de gotas de orvalho,
descendo dos altos cumes, até o assoalho.

Mas como o querer da gente, nem sempre
acompanha o querer de outra pessoa amada,
só me resta entrelaçar em versos brancos,
este sonhar utópico de um amor que não vingou,
e que dorme encantado em alguma nuvem perdida.