sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

tudo em mim se faz afim,e poeta e canta

Meus olhos talvez já não vendam visagens
de duradouras viagens...
cansados?
Creio piamente que não.
Mas desgastados vendedores de ilusões,
acostumados, experimentados...

Eu criança homem
já temo...
tremo....
por vezes grito, me agito.
Meus olhos já não cruzam mares.

Eu humano, por vezes insano,
somente viajo...
mas meu olhar, devo confessar,
jã não se faz meu timão...

Meu olhar talvez já não navegue de forma contumaz...
hoje ele prefere, parado,
contemplar o mar, de um sereno cais....

Anoitecerá?
Quem sabe um dia...
mas ato contínuo
amanhecerá,
pois que agora o coração é quem dirige meu corpo,
um portento absorto
que faz-se calmo, mesmo revolto,
em função da mansuetude da alma...

Meu coração já é bem mais contundente.
Não se comporta como o olhar, que antes pressente.
Ele faz o corpo mergulhar em águas de poder navegar
em forma e pensamento....
ele dita o percurso para o sentimento.

É... meus olhos já não viajam como dantes.
Mas meu coração de forma fremente
agita-se a cada instante...
qualquer seja o som, o ruído.

Meu coração se faz de vez
a voz dos meus sentidos.
Agora tudo em mim
brotando em tez,
se faz afim
e poeta e canta...