sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Mudo Compasso

Saudade que não me deixa
aplacar doída queixa,
é tempo que não tem hora
permanece inconseqüente,
deixa coração dormente,
esquece de ir embora.

Da solidão é vizinha
cantam juntas ladainha,
e no mesmo diapasão,
mas se uma bate surda
a outra faz-se de muda,
desconcertam coração.

A solidão eu despisto
rio o riso não previsto
não me deixo deixar só,
a saudade é felina
não aceita disciplina,
dói só para fazer dó.

Assim, eu mudo compasso
a saudade eu abraço
e um tempo me alcança,
de momentos bem vividos,
de prazeres convertidos,
em rica e doce lembrança.