terça-feira, 14 de agosto de 2007

sempre pela mesma janela

Minha imagem reflete-se
na imagem dela...
Embora a impressão de estar
cerrada, fechada, a minha janela,
Eu a vejo, sinto o seu cheiro,
e me delicio com os sonhos
que se fazem inteiros,
quando ao viver
eu me dou conta de que Ser
é muito mais que a necessidade
de absorver ar,
para simplesmente respirar...

Posso ser mal entendido...
Posso ser encarado como um rio poluído.
Posso ser até visto como alguém
que me visto de visgo,
e preso, arrefecido,
cerceie meus próprios movimentos,
não os do corpo, pois que esses são comuns a todos,
mas da minha alma, dos meus pensamentos...

E sempre pela mesma janela,
quando a visagem cintila,
pois quem passa é a figura dela,
eu me coloco a disposição de libertar-me...
E aí descubro,
que posso ser algo mais que previsível, risível.

Infelizmente esse momento solto,
dura pouco...
O tempo exato de poder correndo
abrir somente uma fresta,
e logo após o que se manifesta
é o obscuro, pintado de pseudo-mansidão...

Nada mais que
minha fria solidão...
Uma enorme distância.
Um desejo enorme que se faça
em última instância,
um entendimento que entre nós reacenda,
e transcenda...

Assim como os arrepios de nossos poros.
Assim como a verdade do que nos sentimos.
Assim como confirmação de nossos destinos...