domingo, 12 de agosto de 2007

respeitem a poesia

A arte de poetar pra mim é sagrada...
O que se escreve é algo que se define
feito caminho eterno, nossa estrada...
Nas idas e vindas benquistas e bem-vindas
nas quais nossa inspiração viaja,
necessário faz-se que se precipite
não a rima qualquer,
aquela que dizem que dimana
do inóspito e enodoado "der e vier"...

Sorumbático, procuro no espelho das águas,
meus quereres ditos sem misticismos ou ritos.
O libertar de mágoas
não retrata uma poesia...
É como se eu fosse fazer de mim
uma rota fantasia,
que nada anuncia
a não ser rimas e versos desconexos,
que inconceptos,
viajam pelo reino da medíocre hipocrisia.

Hoje, na opacidade e precariedade
do que se apresenta obra poética,
u'a forma estranha de ser me invade
e sem me apegar a qualquer valor
que venha a se esconder sob pseudo-ética,
ouço o grito indignado do poeta:

Que sejam respeitadas as poesias!
Que não sejam espargidos pelos dias
arremedos com os quais se vestem
a mediocridade vazia...

Escrever, poetar, muito mais que viajar,
significa colocar no versejar, no rimar,
toda uma vida,
toda uma forma de passar pelo mundo
levando um sentimento profundo
e não um emaranhado conturbado de frases,
que nada trazem de sentido...

Eu como ser humano que sou,
considero-me covardemente traído...