segunda-feira, 13 de agosto de 2007

MÃOS DE UM PAI

Recordas quando tua mão tão pequenina,
se fazia forte, junto à minha firme,
sustentando os teus primeiros passos?

Alçavas teus olhinhos cristalinos,
pedindo sem palavras; ainda nem falavas...
o auxílio aos teus começos inseguros?

E eu, orgulhoso, feliz, longe do mundo,
punha o dedo forte: um somente,
suficiente para cuidar dos teus inícios.

Agora a ti, já seguro e também pai,
chega outra mão roliça, pequenina,
buscando a tua, como antes foste à minha.

E nesse momento incomparável,
voltarão novamente essas lembranças
que nem lembravas ter guardado um dia.

Assim é, meu filho tão querido,
este círculo sem fim de nossas vidas,
que nos permite esse destino de ser pai.

E quando chegue o tempo, filho meu,
toma minha mão que já te necessita,
nos passos lentos e inseguros de ancião.