segunda-feira, 23 de julho de 2007

sequer percebi...

Ouvi um ruído na madeira da janela...
Alguém passou por aqui,
como se fosse um último aviso
descrevendo num toque, som de guizo,
que o amor ainda vivo se fazia...

Desliguei meus sentidos.
E entre os escombros diluídos
do que fazia-se solidificar em minha essência,
abandonei os quereres revividos,
e nem percebi que o amor ali adormecera...

Na madeira dos meus sentidos
janela de minha vida,
alguem transitou...
Tentou suavizar o aviso, em forma de guizos,
tentando tocar meu coração de modo inciso,
a alertar-me que inda se fazia
em mim, ativo o amor...

No adormecer sem perceber
eis que meus sentidos
deram de ombros...
Chafurdaram-se por entre os escombros,
e nem perceberam esse sentimento mor,
altivo, fortalecido,
esguio, forte, absolutamente ávido,
passou pela minha janela,
fez-se solidificar nela,
e eu viajando pelo nada do meu pensamento,
sequer o senti...
Sequer percebi...