domingo, 3 de junho de 2007

UM TOLO

Meu amor querido, aqui, longe de ti, sinto saudade tua.
Tenho a impressão que não existo,
Sou o vazio destas ruas!

Talvez a solitária gaivota no banco
de uma pracinha vazia,
esperando o sol beijar as ondas,
no amanhecer de um outro dia.

Aqui, longe de ti,
com esta rua úmida, sou parecido...
Tenho uma nódoa na garganta,
os olhos perdidos no horizonte,
sou pranto escorrido!

Um sorriso que não é o meu,
tão sem graça, tão sem vida!
As mãos que outrora falavam,
aqui estão encolhidas...

Quem inventou a distânciadas almas que são afins?
Separando dos corpos o calor.
Passou toda vida enganado,
nada entendia de amor!

Quem inventou a distância
das almas comprometidas?
Passou toda vida enganado,
achando ser esta, uma só vida!

Agora, de uma coisa ele entendia:
é a mais pura verdade!
Ainda que fosse um tolo,
soube inventar a saudade!