terça-feira, 5 de junho de 2007

MINHA POESIA É ASSIM

Tudo o que escrevo ou não escrevo
É de minha inteira responsabilidade
E é à poesia – e a mais nada – que devo
Toda esta eterna e solicita felicidade.

Se escrevo não escrevo, parte de mim
Todo o seu súbito e restrito enlevo
E é por isso que a dita poesia é assim
Quando está não está, é só um relevo.

Porta aberta para o mítico desconhecido
Para isto e para aquilo e o não sei quê
Argonauta das palavras, estilete ofendido.

Mas o que eu quero realmente é declamar
Ter aquela coisa insólita de já se vê
Quando da poesia o timbre eu for escutar.