sexta-feira, 11 de maio de 2007

Romaria

O horizonte parecia abraçar a estrada
como se quisesse escrever aquela história
ver de perto, quem sabe plantar-lhe glórias
que um dia faltariam, e tanto!


Era noite de sábado, a lua abonando a viagem.
Tanta inquietação no sorriso do moço...
um sorriso desses que escancaram na vida
que parecem torná-la mais sentida, mais vida!


Era uma romaria à Aparecida!
Que mudou o curso natural de um rio
plantou flores à margem, depois a estiagem...
foi tudo tão lindo! Tinha que ter acontecido!


Naquela noite especial, que ninguém dormiu
o amor se abrigou num cantinho, à espera...
o sonho nos braços da moça, que se sentia velha
foi impregnado pelo amor, dele e dela!


E a romaria foi descendo a serra
de Guaratinguetá, parecia que havia uma festa lá!
Uma festa de sentimentos, novos rebentos
todos fortes, inesperados, renascendo...


Entre os raios do sol, no alto do morro
um casal de caipiras, aos pés do cruzeiro...
(uma bancária e um boiadeiro)
prometeram se amar para sempre...


Mas para sempre é sempre muito tempo!
O amor existiu, resistiu, foi eterno enquanto durou!
Muito tempo passou, muita estrada, caminhos
e dia chegou, em que os dois se viram sozinhos...


Sem estrada pra ir, sem caminho a seguir...
Na lembrança, uma romaria que os unira
mas que o destino não concordou, atalhou
e não foram felizes para sempre...


Um deles partiu mais cedo... era muito cedo!
Cultivou seu próprio degredo, em ciúmes,
na eterna busca da felicidade, que os seres
não acreditam na sua facilidade...


E a história acabou...
Mas de vez em quando, o sol ao nascer
vê uma mulher descendo a serra de Guaratinguetá
porque ela pensa que a felicidade ficou lá...