quinta-feira, 10 de maio de 2007

Fantasias

Tenho fome de palavras, dos silêncios, dos sonhos,
espero cada amanhecer para que o sol me batize,
preciso do beijo do céu, do canto do vento,
sou criação de um igual àquele que tem amor,
sou filho do universo que gira em torno da vida.


Fecho os olhos de ontem quando tenho fome,
espalho folhas sobre a cama de outono,
onde meu corpo espalha meu cheiro masculino,
as pernas se cruzam fazendo arco que atira a flecha,
o braço forte abraça a noite que vem fazer amor.


Caminho no escuro vestido com minha capa preta,
disfarço os passos das pessoas que me persegue,
encontro um rosto branco no meio da madrugada,
nos olhos estavam escrito palavras de amor,
no corpo um pedido de paixão implorava para ficar.


Antes do sono os passos aceleram em sua direção,
minha boca beija o corpo fazendo-o de porta,
o sexo úmido convida, agrada, perfume,
caminho muitas voltas ao redor do desejo,
desenho uma fantasia molhada com saliva quente.


Caí ao chão peças da roupa de seda colorida,
a pele queima a boca que desliza a língua corpo abaixo,
a hora passa suave, como os dedos que tocam,
cuidadosos entrelaçam pêlos ao redor da carne quente,
onde o gozo escorre lentamente no vermelho flor.


Espalham no céu relâmpagos de luzes que ofuscam,
como se fosse um ritual, corpos se imergem n'água quente,
ainda tremulas, as mãos espalham carinhos corpo afora,
das bocas apenas a respiração lembra da paixão,
o óleo impregnado fica por dentro d'alma que suga amor.