quinta-feira, 17 de maio de 2007

Cativeiro -

Alma morta presa em meu cativeiro,
mais nada restou de um porta-retrato,
espírito preso introvertido em mosteiro,
na fria inexistência de um vazio quarto.

Cegando a todos os meus desterros,
esmurrando as minhas duras portas,
calando os seus e os meus desesperos,
uma apagada alma sem brio e morta.

É minha essa boca maldita que corta
um chamado contínuo de gritos de vida,
outra vivalma que no pregão da revolta,
prostrada e ferida encontra-se só e perdida.

Mãos atadas rumando em silêncio para forca,
sentindo o alívio no riso da morte crua despida,
cabeça baixa enquanto aperta e estica essa corda,
nada deixou a ninguém e nada levou na despedida.


Seqüestro de mim decretando o meu banimento,
inferno e céu ou purgatório, já não me importa,
é o justo pecado pago no ato de tal esquecimento,
cativa assumindo o selo de uma viúva alma morta